domingo, 13 de abril de 2014

Sorri, estás na Eslovénia



Já tinha dito que adoro a Eslovénia? Pois não sei se é esta predisposição para achar que sim, se apenas mais uma confirmação, mas este pedacinho que fomos explorar também não nos desiludiu. Desta vez Maribor, Ptuj e arredores, zona rural de vinhas, de igrejas miniatura a cada cruzamento. Mas o que gostamos sempre aqui e em todos os lugares destas fronteiras é um sabor a liberdade, a palavras  que se falam mais alto, a risos mais abertos, a atitudes mais descontraídas, a cores mais fortes e casas mais pequeninas. Assim, aqui, o tempo degusta-se se com vagar e prazer. De Maribor, os primeiros raios de sol, uma esplanada e uma tarde inteira entre pedras antigas, um rio e uma ponte. Não sei porquê, veio-me à memória o Porto. É assim que por aqui vamos enganando as saudades.
















adeus, Inverno


Eu acho que todos os lugares têm a sua palete de cores. Se isto é verdade então são estas as cores do daquele onde nos fomos despedir do inverno. Uma última visita às Tatra (Eslováquia) antes da neve derreter e de despir os pinheiros. Um manto que se descobre, uma magia que se perde. Uma última tentativa menos bem sucedida de esquiar. Há mais para o ano, adeus, até breve!






Danúbia acima II: Eszetergom


Pois eu sei que tenho uma pilha de fotos por editar, catalogar e publicar. Agora já não parecem fazer sentido mas aqui ficam, perdidas do seu tempo.
Há cerca de um mês resolvemos seguir o rasto do Danúbio que nos faltou. Bem no início da primavera, quando o verde se começava a sobrepor ao castanho. Entre estradas quase vazias e casas pequeninas surge Ezstergom, com a sua imponente catedral, tão fora do contexto em toda a sua grandeza. Lá de cima vê-se um rio, na margem outro país: Eslováquia. 
É, mais uma vez, um bilhete postal da Hungria vinda de outras épocas, de passados pesados como as pedras do chão, como as pedras dos muros.








sexta-feira, 11 de abril de 2014

Obrigada



Vocês nem imaginam o que tenho para vos contar. Talvez seja tão pouco. Mas no outro dia, enquanto regressava para casa sozinha dei por mim a agradecer. 
O que se passa é que estou a morar numa cidade cheia de pedestais, de cúpulas e de pórticos, cheia de pessoas que para cá vieram por amor. Aliás - Todas as pessoas vêm para cá por amor - ou pela cidade, ou por alguém. E é por isso que nunca vi tantos namorados como em Budapeste. É por isso que dizem que não escolheram Budapeste, mas que Budapeste as escolheu a elas.
O que se passa também é que esta é uma cidade cheia de copos de vinho, de copos de cerveja, copos de palinka, cadeiras, mesas, telheiros, risos - principalmente ditos em inglês (sim, continuo a achar que a maior parte dos risos são em inglês) mas não faz mal, afinal são as pessoas que se cruzam, que trazem as cores e a diversidade. 
A verdade é que estou num país onde cada palavra pode ser terminada de 20 maneiras diferentes de acordo com o contexto, direção e destino, porque há milhares de anos tribos vindas da actual Finlândia e de outros lugares se cruzaram aqui e deixaram a sua história nas línguas e nos dentes.
O que se passa é isso, não pensem que é sempre fácil mas dei por mim a agradecer. E sei perfeitamente todas as vezes que fiz isso: Num barco que saía de Oslo ao pôr do sol. Nas ruas de Malmö. Num templo tailandês. A olhar rio através de Lisboa e do arco doTerreiro do Paço, da minha janela. A ouvir o vento murmurar nos pinheiros. E eu sei que custa. 
Mas a vida é linda, se a quisermos.