segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A-manhã

Innsbruck 

O dia nasceu claro. Não como os meus pensamentos. Ontem bati no coração com os punhos cerrados. Ontem despejei o pote da água pura. Parti os espelhos. E hoje não sei de que cor amanheceu o coração. Da casa partida limpo os cacos, vejo o que ficou de pé. Estás tu, ao fundo, olhar doce. Parti-a por ti. Pegas-me na mão e murmuras algo bonito. Pegas-me nos dedos e ficas. Eu sinto que devo uma desculpa ao mundo por partir a casa. Era uma casa bonita. Mas eu não cabia aqui e tive de partir. Tu vieste-me buscar, esperaste por mim. Eu nem sei onde me vais levar, eu nem sei como andas ainda, eu só tenho fantástico desconhecido. Mas nunca poderia ficar sem o explorar. Eu nunca deixaria a porta aberta sem a atravessar.

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