E quase que passa, o Verão.
Assim
vai passando, para amanhã ser Outono. Inverno, Primavera, Verão, Outono. Pergunto-me também, se o meu Outono está para chegar. Às vezes
vejo
a minha vida como se fosse apenas uma página. Vejo-a. Inteira:
princípio, meio, fim. Vejo todas as pessoas ao mesmos tempo, todas as coisas belas e irremediávies, todas as presenças e todas as ausências. Todas as
conversas e gestos e carinhos, as músicas que fizeram sonhar,
todos os abraços trocados, imaginados, seduzidos, todos
os amores perdidos, os poemas, as promessas vãs, as desilusões e os
primeiros beijos. Vai passando um ano como um dia, um dia que passa
lento e preciso de chegar aqui agora para me aperceber que este momento
são todos os momentos e todas as pessoas. São sempre
todos os momentos e todas as pessoas a rir a chorar a nascer e a morrer e
é isso que me alegra, e é isso que me angustia, e é isso que me faz
despertar para todos os segundos. Para amar todos os segundos, para
viver todos os segundos com a ansiedade de uma
criança que sabe que todos os passos que dá traçam um caminho. Que todos
os passos que dá são em frente, e nunca para trás.
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