segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Innsbruck


De Innsbruck, uma lição: o motivo porque viémos não é o motivo porque ficamos. 
Claro que há mais, há tanto mais. Um coração a doer no peito. O reconforto de um abraço perdido em dois anos. Um abraço que precisei tantos dias. Para mim, Innsbruck nunca será palácios nem telhados dourados. Para mim Innsbruck será o regresso de todas as memórias. Porque ouvimos Belle and Sebastian e tu conhecias a minha mala e sabias que me pagaste o vestido que tinha nesse dia. Eu lembrei-me da forma como mexes os dedos e perguntei-te pela família. Falámos dos nossos dias e das nossas existências, sem julgamentos, só sorrisos e reconforto. Fizemos as pazes. 
Há pessoas que não podem sair da nossa vida. Há quem entre inesperadamente. E há aqueles a quem, dolorosamente, não podemos ter por perto, às vezes.
Eu não sei o tamanho das almas mas só consigo ver amor. Pessoas desconhecidas deram-me amor e aconchego, encheram-me o prato de iguarias, tocaram Neil Young na guitarra e cantámos Bob Dylan. Eu não sei o tamanho das almas mas encontrei camas quentes e doces olhos. Tudo ficará bem. Volto por verdes montanhas com duas fatias de bolo de chocolate e banana para amanhã. Volto para um mundo de surpresas e desconhecido.
Tudo ficará bem, seja qual o caminho, tudo ficará bem - desde que os olhos amem e as mãos dêem. 

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