No fundo dos prantos
Debaixo dos mantos
Lisboa chama-me de voz mansinha
Com patas de gato
Do sol e do mato
Lisboa vem, feita andorinha
Eu quero morrer nas tuas sombras, Lisboa
São sombras quentes de pinheiro manso
E acordar ao sol feita sardinheira.
Em pátios onde as cores nascem diferentes
Ando eu pelo mundo e já não sou tua
Mas tu vais chamando, e por cada rua
Crescem em mim as tuas sementes.
E eu já não sei quanto mais consigo
Até voltar a abraçar teu abrigo.
Por enquanto, trago-te comigo.
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