quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Voar alto debaixo da árvore


Caberá tamanho amor dentro das almas? O que nos faz mover será o que nos desperta ou o que nos adormece? Quais serão os momentos que vivo acordada? Quando abraço a minha avó, quando desço  montanhas, quando faço acontecer, quando choro porque não entendo, quando oiço, quando adormeço em regaços? 

Quais serão os momentos que vivemos acordados? Porque são infintamente finitos? Porque têm de acabar para persistir nas memórias? Porquê a distância, o caminho, o propósito?

Acordar todos os dias na mesma cama, ou em camas diferentes, em tendas, em colchões, na areia, e na relva. Acordar na mesma cama e saber-lhe o cheiro, ou adivinhar onde estou antes de abrir os olhos. Em que dias acordo para acordar? Em que dias acordo para voltar a adormecer?

Mas caberá tanto amor ou preciso de enviar postais de beijos, lágrimas e abraços? Quantas vezes preciso de retomar o que acabou? Quantas vezes  devo dizer ao vento que sinto a vossa falta? 

É preciso ter olhos na testa e na nuca, sempre um passo em frente, sempre um passo de regresso.
Porque é querer partir mas prendendo amarras. 
É querer voar alto debaixo da árvore.

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